quinta-feira, 26 de março de 2009

BRASÍLIA - Poema de Emanuel Medeiros Vieira

Cidade das mangueiras em flor,
dos fundadores da utopia,
candangos, barra vermelho, florzinhas do cerrado
pássaros, encantos cerrados,
cidade do amolador de facas
(ela tem esquinas sim, mas é preciso decifrá-las),
da louvação às primeiras chuvas,
terra molhada em janeiro

Não, meu coração não quer saber da urbe palaciana,
dos maquiáveis planaltinos,
intrigas com soda cáustica.

Cidade dos criadores,
Da mistura de tantas raças, vários brasis
(ah, a moça tomando sorvete no ponto de ônibus).

Cidade do meu viver e do meu sobreviver,
de todos os sonhos,
das linhas retas do arquiteto,
e cidade do meu repouso.