terça-feira, 14 de outubro de 2008

Zeca Junqueira no Teatro Serrador, no Rio


Soninha Diamante
Umas & Outras

A peça “Soninha Diamante, umas & outras” é composta por cinco esquetes que falam de amor, sexo, morte, poesia, massificação e alienação do Ser Humano, etc., tudo com humor e lirismo – e muita contundência. O formato das esquetes facilita o entendimento e o engajamento do público, apresentando personagens, ora tristes, ora engraçados, que certamente cativarão a platéia. O ritmo é cinematográfico.

Na primeira esquete, “Zé Legião do Brasil” caracteriza grande parte dos brasileiros (a maioria), que hoje enfrentam o problema angustiante do desemprego, às vezes resolvido (?) pelo sub-emprego ou pela informalidade. Fica claro que esse estado de coisas é causado principalmente pela informatização dos modos de produção. O humor permeia o texto, mas o alerta está lá: o que fazer com tanta gente desempregada? Ou pior, o que acabará fazendo tanta gente desempregada?!

A segunda esquete, “É-se, então?”, cruelmente densa e questionadora, remete ao teatro de Artaud, que nos avisa que o mundo pode desabar a qualquer momento sobre nossas cabeças. A idéia é levar a platéia à reflexão sobre a precariedade da vida socialmente “arrumada”, que é arrastada de roldão no curso da natureza – e às vezes colocada implacavelmente frente ao dilema da (in) existência de Deus.

“Debutei”, a terceira esquete, é um monólogo no qual o ator conversa e acaba brigando com sua imaginária namorada (inclusive levando uns tapas) logo após sair de uma sessão de cinema. Em evidência (além do humor), um tema atualíssimo: a bissexualidade.

Na quarta esquete, “Soninha Diamante” dá uma lição de resistência e de amor à vida com o seu diamante que não se apaga nunca e resiste à “adultice”, moléstia que, segundo o autor, acomete a maioria dos homens na idade da razão.

Na quinta esquete, “Créu”, predomina a crítica ao estresse a que estão sujeitos a maioria dos trabalhadores das grandes metrópoles (inclusive os de nível executivo), que esgotam suas vidas entre o trabalho e a cama – para dormir! O ritmo dessa esquete é estonteante para dar idéia de que não há escapatória. O personagem Floriano é um refém. O dueto dos radialistas da Rádio Esperança é a base de sustentação da esquete.

2 comentários:

  1. Ora, ora, eu não sabia que vc também era "blogueiro"; que bom contar com mais um canal pra se comunicar com seus amigos e eleitores.
    Aqui vc pode divulgar tbm as suas ações de verença, né?
    Parabéns!
    ps.: visite tb o meu recente bloguinho; será um prazer recebê-lo...

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  2. Olá Pequeno;

    Estou lendo "Casos e Acasos" e "Ilha do horizonte" que a prima Alda me enviou através do primo Moisés.
    Estou muito feliz de poder estar te lendo, afinal é um perfil do seu talento. Estou impressionado com a sua fácil comunicação, uma leitura gostosa e enriquecedora pelas informações. Nunca soube tanto de Cataguases como estou sabendo agora.

    Agradeço-lhe a oportunidade de saber mais um pouco de todos desta tão simpática cidade, afinal, trago belas lembranças de Catragueses também.

    Abraços fraternos,

    Emmanuel Almeida

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